Defende uma posição construtivista/interaccionista: as estruturas do pensamento são produto de uma construção contínua do sujeito que age e interage com o meio, tendo um papel activo no seu próprio desenvolvimento cognitivo.
A inteligência é perspectivada como uma adaptação do indivíduo e das suas estruturas cognitivas ao meio. Esta adaptação assegura o equilíbrio entre o indivíduo e o meio através de dois mecanismos: assimilação (sujeito incorpora os elementos do meio nas estruturas mentais já existentes) e acomodação (as estruturas mentais modificam-se em função das situações novas/novos dados que provêm do meio).
Sendo assim, Piaget atribui os seguintes estados ao desenvolvimento da criança:
Estádio Sensório-Motor (dos 0 aos 18/24 meses):
- Inteligência prática que se aplica à resolução de problemas concretos e que põe em jogo as percepções e o movimento – daí a designação de sensório-motor.
- Dos reflexos inatos à construção da imagem mental, anterior à linguagem;
- Coordenação de meios e fins;
- Permanência do Objecto (8-12 meses) – a criança procura um objecto escondido, porque tem a noção de que o objecto continua a existir mesmo quando não o vê;
- Subestádio do pensamento pré-conceptual (2-4 anos):
- Função simbólica – a criança passa a poder representar objectos ou acções por símbolos. Pode representar mentalmente objectos ou acções não presentes no campo perceptivo – imagem mental.
- Egocentrismo – a criança (autocentrada) pensa que o mundo foi criado só para si e não compreende outras perspectivas;
- Pensamento mágico.
- Animismo – atribuição de emoções e pensamentos a objectos inanimados;
- Realismo – a realidade é construída pela criança sem objectividade (se sonhou que o lobo está no corredor, pode ter medo de sair do quarto);
- Finalismo – Dado o egocentrismo da criança as coisas têm como finalidade a própria criança (o monte é um declive para ela poder correr);
- Artificialismo – explicação de fenómenos naturais como se fossem produzidos pelos seres humanos (o Sol foi acesso por um fósforo gigante).
- Baseado na percepção dos dados sensoriais. A criança responde à questão que lhe é colocada com base na aparência.
- O pensamento é irreversível
- A criança pode classificar e seriar objectos por aproximações sucessivas, embora sem um lógica de conjunto.
- Reversibilidade mental (capacidade do pensamento voltar ao ponto de partida);
- Pensamento lógico, acção sobre o real;
- Operações mentais: contar, classificar, seriar;
- Conservação da matéria sólida, líquida, peso, volume;
- Conceitos de tempo e de espaço globais e de velocidade.
- Pensamento abstracto (as operações mentais não necessitam de apoiar-se no concreto para serem formuladas);
- Operações formais, acção sobre o possível;
- Raciocínio hipotético-dedutivo (o adolescente formula hipóteses e deduz conclusões; é capaz de resolver problemas a partir de enunciados verbais;
- Definição de conceitos e de valores;
- Egocentrismo cognitivo, que leva o adolescente a considerar que através do seu pensamento pode resolver todos os problemas e que as suas ideias são as mais correctas.
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