A
idade adulta é ideal para se observar e analisar dois temas
evolutivos relacionados entre si, o curso
da existência humana e a maturidade dessa mesma existência contemplada na sua integridade.
Mesmo
que a idade adulta seja, de certo modo, a regra evolutiva de uma
espécie (também da humana), na psicologia não há a rigor algo como um
protótipo ou modelo normativo de desenvolvimento. As vidas e os
comportamentos de artistas, cientistas, líderes políticos, filósofos ou
escritores são assim pesquisadas e descritas; mas também as de pessoas
não tão relevantes e que, de toda forma, atingiram uma vida proveitosa,
invejável sob muitos ou alguns pontos de vista.
A
psicologia do desenvolvimento costumou assinalar o itinerário
desejável, quando não “normativo” ou ideal, do devir adulto. A partir
dessa orientação, Rogers (1961) considera que a personalidade formada
consiste não num estado, mas sim num processo, o de chegar a ser o
que realmente se é ou o que é igual.
Como
traço da plenitude humana, da personalidade sã e madura na idade
adulta, pode-se assinalar a capacidade de comunicação, de amor, de gozo,
de trabalho; a disposição activa e criativa; a elaboração de um
sentimento da própria identidade, como conquistas de certa “sabedoria de
vida”.
Na
idade adulta tardia, em contrapartida, quando a maior parte desse tempo
fica para trás, já no passado, tal sentimento e tal consciência são
acompanhados principalmente de um traço retrospectivo de memória, que agarra a vida inteira e tenta dar-lhe sentido.
Conforme
a idade avança, vai se tornando predominante a relação com o tempo
pretérito, com a memória e o olhar de amnésia aceitadora da vida.
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