terça-feira, 26 de abril de 2011

Projecto Milwaukee

“Milwaukee Project” foi um projecto criado em 1960, que tinha como principal objectivo estudar os efeitos da estimulação intelectual nas crianças que viviam em ambientes hostis, com a finalidade de melhorar o seu QI e aproveitamento escolar.
Num estudo realizado pelo professor Rick Heber da universidade de Wisconsin, principal obreiro do projecto, verificou-se que os residentes de uma determinada zona de Milwaukee tinham uma taxa de educação muito baixa. Esta zona representava 3% da população da cidade, onde 33% das crianças eram consideradas mentalmente atrasadas.
Com base nesses resultados, Heber seleccionou 40 novos nascimentos na zona e verificou que todas as mães tinham um QI inferior a 80 e na maior parte dos casos o pai estava ausente.
Esses nascimentos foram submetidos a uma experiência, onde foram criados um grupo experimental e um grupo controlo. No grupo experimental, as mães receberam educação e reabilitação vocacional e as crianças foram integradas em centros de estimulação infantil, para desenvolveram a linguagem e as habilidades cognitivas. No grupo controlo encontravam-se as crianças e as mães da mesma zona, mas que não forma submetidas a qualquer teste ou estimulação.
Quando as crianças atingiam os 6 anos o programa terminava e elas eram integradas novamente nas escolas locais.
Ao fim desses 6 anos as crianças do grupo experimental foram submetidas a vários testes e verificou-se que o seu QI era de 120, maior que as crianças da mesma idade do grupo de controlo que tinham QI de 87.
Aos 10 anos de idade realizou-se novamente os mesmos testes e verificou-se que o QI do grupo experimental diminuiu para os 105 e o QI do grupo de controlo para os 85. Quando as crianças abandonaram o programa, os seus QI começaram a diminuir.
Com estes resultados o projecto adquiriu bastante sucesso na imprensa e foi reconhecido por grandes psicólogos mundiais. Contudo, mais tarde Heber foi acusado de desviar fundos do projecto para seu benefício próprio, e estes resultados acabaram por não ser publicados, facto que não impediu o seu sucesso, pois foram utilizados em vários trabalhos e documentos da psicologia e da educação.